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Quando o cuidado vira inovação: A história por trás do primeiro simulador realístico de hemodiálise no Brasil

Quando o cuidado vira inovação: A história por trás do primeiro simulador realístico de hemodiálise no Brasil

Renata Cândido da Silva


A história da Renata Cândido da Silva com a Enfermagem começou de forma simples e emocionante: aos 10 anos, cuidando do pai doente, usando cores no relógio e nas caixas de remédio para saber os horários da medicação. Foi ali que nasceu o desejo de cuidar.


Sua trajetória profissional é marcada por superação. Iniciou como auxiliar de enfermagem, depois técnica, e hoje, com orgulho, está prestes a concluir a graduação como enfermeira. O cuidado sempre esteve presente na sua vida, especialmente por meio do home care recebido em casa na infância.


Ao longo de mais de 20 anos de carreira, encontrou na Nefrologia seu verdadeiro propósito. Trabalhando com pacientes renais, percebeu o quanto faltava segurança e preparo nos treinamentos em hemodiálise. Ver profissionais aprendendo diretamente no paciente, sem a devida preparação, gerou nela uma inquietação e um chamado para mudar essa realidade.


Foi assim que nasceu a ideia da ISHA — o primeiro simulador realístico de hemodiálise do Brasil, com tecnologia própria e propósito claro: garantir um ensino mais ético, seguro e humanizado. Enfrentou críticas, dúvidas e dificuldades financeiras, mas nunca perdeu a fé no propósito que Deus colocou em seu coração.


O grande divisor de águas veio com as primeiras demonstrações públicas da ISHA. O olhar de surpresa dos profissionais ao ver o sangue artificial circulando no equipamento foi o sinal de que ela estava no caminho certo. A partir daí, universidades e hospitais passaram a adotar a tecnologia.


Mesmo dentro do serviço público, ela foi intraempreendedora. Levou o simulador para a praça da cidade no Dia Mundial do Rim, fez ações sociais, buscou parceiros… até que tomou uma decisão corajosa: deixou o cargo público para viver o sonho de empreender e transformar a educação em saúde.


Essa nova fase exigiu dela o aprendizado de temas até então distantes: propriedade intelectual, validação científica, negócios e gestão. Mesmo assim, seguiu em frente, sempre guiada pela experiência da linha de frente e pelo desejo de salvar vidas, ainda que de forma indireta.


Hoje, o reconhecimento veio em forma de prêmios como o Anna Nery de Inovação (COFEN), Centelha Paraná e até uma final internacional no BRICS Women’s Entrepreneurship Forum, na Rússia.


Olhando para o futuro, ela acredita que a simulação realística será o caminho natural da capacitação em saúde no Brasil. Mas reforça: ainda precisamos de políticas públicas, mudança de cultura nas instituições e valorização do enfermeiro como agente de inovação.


E seu conselho para quem quer empreender na Enfermagem? Não desista nas primeiras barreiras, valorize a vivência da linha de frente, busque aprender sobre negócios e inovação, e, acima de tudo, mantenha a fé e o propósito no coração. 

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